Atuamos onde no passado a destruição aconteceu pelas mãos humanas.
No século XIX foi imprescindível a construção de uma ferrovia, que tinha o objetivo de transportar a produção de café da região central do Estado de São Paulo para o Porto de Santos.
Isso impactou a floresta original de maneira profunda pois, além da necessária remoção de árvores e relevo - para a passagem dos trilhos - houve a necessidade de fornecer combustível para as locomotivas e maquinas muitas da época.
Só para recordar: as máquinas eram movidas a vapor, ou seja, precisavam de lenha e carvão para serem acionadas. Ate é os fogões das casas eram a lenha.
Já que havia extração de madeiras para construir dormentes e fornecer lenha, por que não vender o excedente para as casas?
O resultado disso foi que as árvores simplesmente desapareceram, restando apenas umas poucas manchas de florestas nativas esparsas.
Eis aí nossa área de atuação: conhecendo a história biológica da região de Paranapiacaba, desde 1992 estamos pesquisando fontes de sementes e mudas de orquídeas, bromélias e demais arbustos perdidos na época das Marias Fumaças. É uma atividade gratificante.
Chegamos em regiões onde há apenas árvores pioneiras - aquelas bem simples como Manacás da Serra, Quaresmeiras e Cabuçús - e iniciamos o plantio de futíferas, palmitos e madeiras nobres (como o Ipê ou as Perobas). Com o passar dos anos - e já são três décadas - as próprias árvores, que um dia plantamos, já fornecem sementes de forma natural havendo a continuidade de reprodução como a própia Natureza "programou". E assim vamos deixando, juntos, um legado maravilhoso de retomada de vida em locais antes desprovidos da beleza verde original.